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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Notícias do dia! 18.07.11

Publicado em: 18/07/2011 
Comecei as Notícias do Dia de hoje pela manhã pra dar tempo de escrever tudo o que quero falar - affff.
Bem, estava eu lendo sobre o processo de filosofar na educação e deparei-me com o seguinte texto de Ivo José Triches:
“ A Filosofia alimenta-se de sentimentos profundos que são gerados por nosso estar-no-mundo: assombro, espanto, insatisfação. Esses sentimentos, vivos e fortes em nossos primeiros anos, sofrem o embate de diversos dispositivos sociais que procuram “neutralizar” nossa vida em sociedade. Isso pode ser evidenciado quando ouvimos expressões, em nosso cotidiano, como: “é sempre assim mesmo”; “isso não vai mudar, sempre foi assim”, “pau que nasce torto, morre torto”. Cada vez nos incomodamos menos com as arbitrariedades e injustiças de nossa sociedade.”
Para o mesmo autor, a Filosofia propõe que o mundo humano é um mundo não-determinado, do que sempre pode ser de outra maneira. Por isso, é que a Filosofia está em sintonia com as crianças. Estas são ávidas por conhecimento e se estimularmos nossas crianças a ir em busca desse conhecimento, certamente a capacidade do exercício de sua cidadania estará sendo potencializada.
Ele ainda reforça, dizendo que “as crianças não gostam muito de que o mundo seja apresentado como algo imutável. Porque elas também gostam de pensar e explorar as razões de o mundo ser aquilo que é e que outros mundos poderíamos construir. Porque elas também gostam de perguntar e investigar os porquês de nossas contingências.”

Muito bem, acho que essa breve introdução vai poder me ajudar a discorrer sobre o que tenho pra falar hoje.
O que vocês diriam para seu filho se ele chegasse em casa com um desenho e o cabelo do menino do desenho estivesse pintado de azul? Afinal, afora no carnaval ou naquelas pinturas malucas de shopping ou aniversários, os cabelos são pretos, loiros, castanhos, brancos ou grisalhos.
Mas o cabelo do menino dele é azul. O desenho é dele, ele tem ou não tem o direito de fazer como ele quiser?
Aí vamos nós, engessados por uma sociedade tradicionalista e falamos: Filho o seu desenho está lindo mas cabelo azul, não existe cabelo azul!
Pronto, é o suficiente. “Papai, mamãe, vocês realmente não me compreendem” pensa ele.
E será que estamos preparados para compreender os cabelos azuis que nossos filhos trarão pra casa? Garanto pra vocês que não serão poucos e nem só na infância. Arrisco dizer que tendem a aumentar na adolescência. E complemento, dizendo que hoje serão azuis, mas amanhã poderão ser laranjas, verdes, roxos...
Como é fácil lidar com os cabelos loiros, pretos, castanhos, ou seja, com o que está previamente convencionado: aprender a andar por volta do primeiro ano de vida, ler aos 6, escrever com a mão direita, dar bom dia ao porteiro... e o que foge à regra? Por que é tão incompreendido?
Quando falei sobre o tempo de cada um, na semana que passou, apenas introduzi o tema. Será que conseguimos respeitar o tempo, os cabelos azuis, os empurrões, as mordidas?
Será que é possível fazê-los exercitar a cidadania de maneira criativa, questionadora, investigativa, fora do convencional?
Ah, isso é tarefa da escola. Escolhi essa escola porque foge ao tradicionalismo. É assim que vocês pensam?
E o que é a escola sem os alunos? E os alunos quando não estão na escola, onde estão?
Portanto, considero a difícil tarefa de educar para a vida, educar com amor, educar com criatividade, educar com estímulo á crítica, educar com respeito, um dever de ambos. A escola complementa a educação familiar e vice-versa. Daí ser tão importante ambas pensarem da mesma forma.
Um exemplo disso são as mordidas. Todos sabemos que até por volta dos 2 anos e meio as crianças apresentam maneiras diferentes de manifestar seus pensamentos e sentimentos. Alguns batem, outros puxam cabelo, alguns choram, outros mordem. E nem o pau nasceu torto e nem vai deixar de se endireitar! Aí entra a ação educativa da escola e da família.
Acho que agora fica claro que não basta dizer não para esses atos. Eles vão continuar testando o mundo, buscando possibilidades. Os pais ficam cientes, são orientados. As tias recebem cursos, treinamentos, palestras. Mas...
Mas eles continuam. Passamos a ser vistos como negligentes nas festas de aniversário quando eles investem sua energia em outros colegas, as tias passam a ser encaradas como desatentas quando isso ocorre na escola.
Como compreendê-los? Afinal, o meu filho não pintou o cabelo de preto. Ele resolveu pintar de pink.
É justo que eu e os outros o chamem de mordedor?
Mas também tem o outro lado, daquele que foi mordido. (Que certamente sofreu menos que os pais quando viram a marca deixada pelo colega). Como ensinar pra ele que não pode deixar que o colega pinte seu cabelo da cor que ele quer...
Os desejos intrínsecos é que nos custam horas a fio de trabalho. Analisar, avaliar, passar orientações, traçar ações.
Mostrar pra ele que não precisa pintar o cabelo de preto, ou de loiro, desde que o cabelo realmente seja dele e não do outro. Pois não temos o direito de pintar o cabelo do outro. Isso nos custa muito investimento afetivo. E nem sempre estamos dispostos a fazê-lo.

Portanto, finalizo hoje (finalmente) pedindo a vocês uma reflexão sobre o quanto vocês estão permitindo que seus filhos pintem seus cabelos da “cor de burro quando foge” e o quanto estão ensinando a eles que cada um deve pintar o seu próprio cabelo da cor que bem entender. Que não somos nós que temos que determinar e nem pegar a tinta e sair por aí, pintando.
Certamente, quando eles compreenderem isso, vocês terão ensinado a lição que está em falta nos livros da vida de hoje, que é respeitar o outro. Muitos nem sequer enxergam que o outro está ali, empurram como se estivessem empurrando uma porta, retirando um obstáculo. E isso é uma das tarefas árduas do nosso dia-a-dia aqui na escola, na tentativa de socializar os pequenos, de ensinar limites, regras, tempo, respeito, cidadania. E contamos com vocês para realizarem esta mesma tarefa em casa. Aí, quando chegar o irmãozinho, vocês verão na prática como valeu a pena!

Boa reflexão!

Uma ótima semana,



Publicado por: Priscila Zunno Bocchini

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