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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Reflexões: Psique e soma


Hoje vamos falar um pouquinho sobre o psiquismo infantil. Já faz um tempo que não viajamos por esses caminhos, não é  mesmo?



É unânime na psicologia pensar que um filho nasce desde o momento que ele se estrutura no imaginário dos pais. Antes mesmo da concepção. Que mulher nunca brincou de mamãe-filhinha, ninou sua boneca ou trocou a roupinha?
Quando namorados, que casal não pensou quantos filhos queriam ter e quais nomes eles teriam? O que puxariam do pai e o que não puxariam da mãe.?
Enfim, são imaginários circulantes que fazem com que a ideia se materialize na concepção e, posteriormente, no nascimento.
Juntamente com todos esses desejos revelados, existem os velados, aqueles que nem pai e nem mãe sabem, mas que os acompanham pela vida a fora. São os inconscientes de duas pessoas diferentes, cujas funções maternas e paternas estão estreitamente relacionados às experiências vividas com seus pais e mães. 
Sempre que escrevo sobre isso me recordo daquela música da Elis Regina "Ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais".
Porém, isso não é tudo. Aliás, não é nem a ponta do iceberg. Tantos são os fatores determinantes da dinâmica estabelecida entre pais e filhos que poderíamos passar dias listando e não chegaríamos no fim. 
Portanto, vou procurar focar em apenas alguns.
Falemos, então, da relação dos pais entre si. Certa vez li sobre "o grau de investimento real e simbólico do pai aos olhos da mãe" que, juntamente com a qualidade amorosa estabelecida entre os pais do bebê e a gratificação obtida dessa relação podem levar à compreensão de fenômenos psicóticos e psicossomáticos no bebê.
 Ou seja, não é só a mãe responsável pelos sintomas na criança, segundo algumas teorias, mas também a relação entre os pais. Winnicott já falava isso, que o pai é a base que sustenta e apoia a mãe. 
Por que estou aqui falando tudo isso?

Por diversas vezes me pergunto muitas coisas sobre o comportamento dos nossos bebês. E também dos pais. Não existe certo ou errado, caminho pra felicidade. Mas, observo muitos deles escolhendo caminhos que eu jamais escolheria e  me pergunto sempre por que. Por que eu não escolheria? Por que eles escolheram? Por que tanto a mãe como o pai optaram por isso?
Prosseguindo um pouco na teoria psicanalítica, é sabido que todos os pais e mães não querem que seus filhos sofram onde eles sofreram. Porém, muitas vezes sem perceber, a criança é conduzida a este sofrimento. 
Como? 
Lerude fala que existe um imperativo social dos pais para que seus filhos sejam felizes. Ao tornar a felicidade do filho o objetivo dominante, a ponto de ditar a lei familiar, sendo esta o cerne do seu funcionamento em detrimento de outras conquistas no horizonte da família, ela poderá produzir um sintoma. Isso pode ocorrer devido à falta de flexibilidade que esta lei possibilitará aos integrantes da família. 
Lembrei-me de uma criança, logo que entrei no Pé Pequeno, cujos pais não permitiram que o irmão dançasse na festa junina pois a hora da dança era o horário que eles almoçavam. Ao questionar se eles não poderiam almoçar antes ou depois, a mãe disse que em hipótese alguma. Eles tinham hora pra tudo e seguiam rigorosamente aquela rotina imposta por eles mesmos.
Isso pra mim faz todo o sentido. Quanto mais super protetores forem os pais e quanto menos horizontes eles avistarem sem o objetivo direto de fazer seu filho feliz, mais chances de aparecer um sintoma físico como uma forma de válvula de escape no bebê. O "ladrão" (como da caixa d´água) do psiquismo. A pressão psíquica aumenta e alguma coisa precisa acontecer. Muitas vezes, essa "coisa" é a doença (respiratória, digestiva, intestinal, dermatológica - entre tantas outras).
Winnicott já dizia que é preciso falhar. Não podemos vislumbrar a perfeição. 
Obviamente que não podemos generalizar, achando que toda doença é psicossómática. Temos as viroses, as infecções bacterianas. Tudo no seu devido lugar, claro.
Só que,  se eu tenho uma doença respiratória como asma, por exemplo,  certamente estou mais propensa a pegar gripes, faringites, amidalites, e todas as "respitatites" que aparecerem. Ou seja, uma coisa puxa a outra. Desenvolvo uma doença psicossomática que me deixa mais susceptível a ter outras doenças e pra eu viver doente é um piscar de olhos.
Com essas minhas reflexões, coloco vocês pra pensar. Até que ponto o mundo está girando em torno do seu bebê, que até os 6 meses de idade é compreensível e justificável, mas que já passou dessa fase? Quantas vezes vocês, casais, conseguem um tempo para sonharem com algo diferente, planejarem um cineminha, um jantar a dois, uma viagem de final de semana? 
Assim como há tempo de plantar e de colher, deve haver o tempo de sonhar, de viver o sonho, de permitir que o sonho sonhe e de que você tenha novos sonhos.

Priscila Zunno Bocchini

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