Total de visualizações de página

Bem-vindo ao Blog do Berçário Pé Pequeno!

Criamos este espaço para que nossos papais, mamães, colaboradores e demais interessados
possam trocar informações sobre o desenvolvimento dos bebês, rotina escolar, assuntos relacionados
ao universo infantil e tudo mais que surgir de inquietação, dúvida, medo, alegria, felicidade, etc, etc, etc...

Ah, você ainda não conhece o Pé Pequeno?
A hora é agora! Entre no site www.passoseguro.com.br e conheça essa querida Escola, instalada há 23 anos no bairro da Mooca, em São Paulo-SP que, ao longo desses anos, tornou-se referência em Ed. Infantil na região.

Não hesite em postar seus comentários. Basta clicar em Nome/URL, digitar o seu nome, e postar.
Vale salientar que para postar comentários você precisa usar um navegador mais avançado, como
Mozilla, Forefox, Google Chrome. O Internet Explorer não suporta.

Todos os comentários são muito bem vindos!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Sobre a permanência do objeto

Ontem, estive conversando com os pais de um de nossos bebês sobre a questão da permanência do objeto e achei interessante postar o tema pra vocês.
 Na verdade, ocorreu que esse nosso bebê recebeu a visita de alguns primos que passaram o feriado na sua casa e, quando eles foram embora, o bebê estava dormindo e não conseguiu se despedir. No dia seguinte, ao acordar, correu procurar os primos e não os encontrou. De lá pra cá, ele tem estado inseguro e triste.

Nós, pais, jamais podemos imaginar o que se passa na cabecinha desses pequenos. E, menos ainda, o quanto uma atitude simples, faz toda diferença.

O bebê quando nasce, acredita que ele e o mundo são a mesma coisa. Basta sentir fome, que a comida aparece, basta fazer cocô que é trocado. Tudo que gera desconforto é aliviado pela mãe ou substituta, prontamente. As falhas nesse processo, geralmente surgem à medida que a mãe vai se desvinculando dessa "preocupação materna primária", que é responsável por tamanha afinidade entre os desejos e necessidades do bebê e a atitude materna. Com essas falhas, o bebê começa a entender que ele e o mundo são coisas separadas. Que esse mundo, inicialmente representado pela mãe, requer uma interação e manifestação dele e pode não atendê-lo exatamente na mesma hora que ele deseja. Isso é saudável e necessário para o seu desenvolvimento.
Juntamente com essa noção de mundo que vai sendo adquirira aos poucos, o bebê precisa perder a sensação de onipotência que também faz parte dessa primeira relação dele com a mãe. Ele se acha tão "poderoso" ao ponto de conseguir "aniquilar" seu objeto de desejo. Creio que muitos de vocês já passaram por situações como a do seu filho querer te morder, ou puxar seus cabelos, ou dar um tapa na sua cara. Esse é um exemplo de uma das maneiras que ele encontra para testar seu "poder". Ao resistirmos às suas investidas, estamos mostrando pra ele que ele não é tão "poderoso" assim. Por que será que os brinquedos nessa idade são tão resistentes? Não é um tal de jogar, pegar, jogar, pegar, jogar, pegar? Testes e mais testes.

No caso do nosso bebê em questão, a impressão que ficou é de que ele tinha se sentido responsável pelo sumiço dos primos. Como se os seus impulsos fossem tão fortes, capazes de fazer aqueles que ele ama, sumir. Isso foi reforçado pelo fato de não ter havido despedida.

Essa questão, vivenciada por todas as crianças, é chamada de noção de permanência do objeto. Para um bebê pequeno, quando um objeto sai do seu campo visual, é como se ele deixasse de existir. Ao longo do seu desenvolvimento, com as atitudes maternas e paternas, ele começa a entender que esse objeto continua existindo ainda que ele não esteja sendo visto (essa é uma das funções do brincar de "cadê a mamãe? /  achou"). Essa questão está intimamente relacionada a sensação de seguraça (a mãe sai mas continua existindo, por isso ela volta).
Ao anteciparmos os fatos que vão ocorrer ao longo do dia, ou num dado momento, estamos ajudando esse bebê a entender que as coisas acontecem independentemente dele querer ou não e que ainda que elas não estajam lá, elas vão continuar existindo.
Uma mãe que entrega o seu filho na porta da escola e se despede dele, ainda que ele esteja chorando, é muito mais saudável do que aquela que pede para a tia para entrar, distrai-lo e depois sai correndo, sem que ele a veja. O simples dizer tchau e "mais tarde a mamãe volta pra te pegar", após repetidas vezes, passa a ser incorporado pelo bebê e aceito. Então, ele adquire a confiança e segurança que o que está sendo dito vai acontecer. Assim, ele se acalma e vai formando o seu caráter.

Se o nosso pequeno bebê tivesse se despedido dos primos antes de dormir, se ele tivesse sido alertado que todos iriam embora para a casa deles e que ele tinha que dar tchau pra todos, talvez ele não tivesse se sentido tão inseguro e triste.

Incrível foi observar, após algumas orientações que passei para os pais, a sua mudança de comportamento. Mais incrível ainda foi a disponibilidade desses pais em ajudá-lo, tendo a mãe me contado hoje que ontem resolveram visitar os primos para que ele entendesse que eles não sumiram, que eles continuam existindo. E depois de muito brincarem, eles se despediram e ele foi para casa levando um objeto de um dos primos consigo (lindo de ver como eles são espertos - "Já que eu não os posso ter comigo, terei de outra forma" - uma representação deles - o objeto escolhido). Assim como um bebê que entra na escola precisa levar seu paninho ou ursinho de pelúcia para que ele se sinta seguro e tranquilo (nesse caso o objeto representa a mãe - é como se ele levasse um pedaço dela com ele, o que lhe oferece segurança na sua ausência).

Portanto, o que quero passar pra vocês é que procurem sempre antecipar os acontecimentos, conversando com seus bebês o máximo que puderem. Expliquem que vocês vão para uma festa de aniversário mas que depois do parabéns todos vão comer bolo, brigadeiro e ir embora. Certamente, eles aceitarão melhor a saída da festa. Antecipem o que farão no feriado, o que virão ao entrar na sala de um cinema, com quem e até quando ficarão para que vocês possam sair, ir a um casamento ou viajar. E cumpram o prometido. Assim tudo fica mais fácil e vocês estarão colaborando para o desenvolvimento saudável de seus pequenos, tornando-os mais seguros e tranquilos.

Um abraço,

Priscila Zunno Bocchini

Um comentário:

  1. Pri,

    AMEI esse post! Estou passando exatamente essa fase com o Joao Bernardo.
    Obrigada!
    bjs
    Isabela , Arthur, JB e pequeno Antonio Pedro

    ResponderExcluir