Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel...
Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel...
Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...
Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...
O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer...
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer...
Só peço, à você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer...
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer...
Ontem, enquanto jogava Imagem e Ação com as crianças no meu tablet (sugestão delas em trocar o papel pelo photoshop), lembrei-me dessa linda música de Toquinho.
E, de repente, me deu um vazio no peito em pensar que, cada vez mais, estamos trocando o papel pelo computador. O que por um lado é prático, econômico e ágil, por outro muita coisa tem se perdido. A começar pelas fotos, pelas cartas manuscritas, pelos bilhetinhos. Agora visualizamos tudo numa tela, escrevemos e-mail e mandamos torpedos. Enquanto escrevo isso sabe o que me lembro? De uns papagaios que existiam (no Center Norte tinha um) em uma espécie de gaiola com uma música à manivela que o rapaz que o conduzia, ao se aproximar de uma criança, pedia para a ave pegar uma sorte para a criança. Ele abria uma gavetinha e o papagaio bicava um papel e entregava à criança. Eu tenho um desses no meu álbum do bebê. Ainda consegui um desses para o álbum do Matteo. Já para o Lucca, não vi mais.
Na minha infância, tínhamos cadernos de questionário, diários de mensagens de amigos (ainda guardo um com muito carinho de quando estava no ensino fundamental), lista telefônica e coleção de papel de carta que só retirávamos da coleção para escrever uma carta se houvesse mais de um.
Hoje temos pen drive, hd externo, dropbox, nuvem, livro digital. Eu me pergunto se vai haver um dia que vamos ter dificuldade em folhear um livro ou um caderno. Pergunto-me, inclusive, se esse último continuará existindo nas próximas décadas. Ou se os alunos levarão cada um o seu tablet e, ao invés de anotar a matéria, vão fotografar a lousa.
Eu sou muito adepta da tecnologia, gosto, uso, admiro a inteligência de quem cria. Entretanto, acho que sou meio "retrô" para algumas coisas. Adoro o que de melhor existe no ser humano: a singularidade. A tecnologia nos torna iguais. Iguala a nossa letra (basta escolher a fonte), nossos cadernos (que viraram o word), nosso português (com os corretores), nossos livros (que deixam de ter grifos ou comentários pertinentes nos rodapés).
Como na música de Toquinho, espero que vocês, assim como o caderno, não se esqueçam num canto qualquer.
Boa semana,
Priscila Zunno Bocchini
Música linda linda linda...
ResponderExcluirPri, tem um desses papagaios (realejo) no Shopping Center Norte!
Beijo, Re.
Ainda tem? Nunca mais vi. Vou procurar para pegar uma sorte para o Lucca. Bjs e obrigada Re!
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