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segunda-feira, 5 de março de 2012

Dos cuidados à educação, qual é a fase mais difícil?

Hoje recebi um email de uma mamãe que está muito preoupada, pois o seu bebê de 1 ano e 3 meses está mordendo os colegas. Ela fez questão de me relatar a maneira como abordou com ele o fato ocorrido, ressaltando que não aprova esse tipo de comportamento e que está tomando as providências que considera pertinentes.
Então, resolvi falar um pouco sobre essa fase, depois do primeiro aniversário, que costumo chamar de início da educação.

Até o primeiro ano de vida, o que mais preocupa os pais são os cuidados, os medos de acidentes e viroses. Sono ininterrupto, nem pensar. Muitos compartilham a cama, outros colocam sensores de respiração. Tudo visando a preservação da vida do bebê.
Quando ele completa 1 ano de vida, como que num passe de mágica, tudo muda. Ele passa a dar outros tipos de preocupação. Começa a colocar suas "asinhas" pra fora. Reforçar a personalidade. Saber o que quer e o que não quer. Quando anda, aprende a fazer birra. Jogar-se no chão, virar o prato de cabeça pra baixo. Começa a morder a mãe, o pai, o colega. Bate naqueles que o contrariam. Empurra quem aparece na sua frente, literalmente removendo o obstáculo.
Nós, pais, ficamos de cabelos em pé. Repreendemos, deixamos de castigo, ficamos bravos e, ao mesmo tempo, tristes. O difícil é entender o que se passa na cabecinha desse lindo bebê sorridente e carismático que, de repente, virou do avesso. Agora, o que os pais mais anseiam é pela presevação de suas vidas e da vida daqueles com quem ele convive.

Já falei em outros textos que a criança começa a se perceber separada do mundo por volta dos 6 aos 8 meses de idade. Isso se dá na relação com a mãe, inicialmente. Aos poucos, ela passa a reconhecer o mundo como externo e as outras pessoas como outras pessoas. Porém, ela ainda não desenvolveu, nesta etapa, o senso de preocupar-se com o outro. De certa forma, aquela onipotência perdida, parcialmente, com a descoberta do mundo, ainda está presente na inclusão das pessoas no seu mundo. Tudo ainda precisa girar em torno dela. E girar em torno dela significa não ter que se preocupar, ainda, com ninguém. Só com ela mesma.
É aí que começa a fase de início da educação. Educar entende-se aqui como apresentar regras, limites, possibilidades. Educar num sentido amplo da palavra.
Porém, esse educar tem que ser gradativo. Obviamente que a criança já entende muito do que dizemos e expressamos. Todavia, ela está experimentando tudo o que está a sua volta e precisa que alguém lhe diga quando e como parar.
Essa noção de preocupação com o outro só vai ser adquirida lá na frente, por volta dos 3 anos. Até então, a criança vai testando, introjetando aquilo que é permitido e aquilo que não é. Assim, ela internaliza regras, valores e respeito.
Vamos pensar juntos, então. Será que dar aquela bronca ou colocar de castigo farão efeito para uma criança de 1 ano?
Muito pouco provável. Mas, então, não fazemos nada? Deixemos que ela se expresse como quiser?
Também não! Vamos encontrar um meio termo pra isso. Uma forma bastante eficaz de fazer com que a criança perceba o outro e internalize regras é brincando com ela.
Na brincadeira, podemos escolher que regras determinar. Podemos montar torres com crianças de 1 ano, deixando que uma vez ela coloque o cubo e na outra você coloque. Assim, estamos mostrando pra ela que tem alguém ali. Que ela precisa esperar a sua vez. Na brincadeira, podemos ensinar a perceber o outro através do abraço, do carinho, do beijo. E reforçar que essas são atitudes positivas. Na brincadeira, podemos mostrar pra ela que existem muitas formas de se expressar que não necessariamente venha a atingir o outro. Exite a pintura, a colagem, a massinha, a areia.
O bate-papo é sempre importante. Perguntar como foi o dia, falar que ficou sabendo que ela mordeu ou bateu num coleguinha. Que a mamãe ficou triste com isso. Mas isso basta. Reforcemos o positivo, o otimista. Falemos que hoje ela vai pra escolinha e vai fazer carinho nos amigos, dar beijos. E não que ela vai pra escolinha e não vai morder. A neurolinguística fala muito sobre o quanto o cérebro não reconhece o não nos imperativos.
Os castigos, cantinhos pra pensar, são bem-vindos depois dos 2 anos de idade. Quando elas entendem que não pode e por quê não pode. Senão, o castigo não faz sentido. O tempo de castigo é calculado 1 minuto por idade. De preferência, em um local específico da casa que não o quarto da criança. Pois, depois dos 2 anos, ela pode associar o quarto a um ambiente hostil, justamente por ser o local onde fica de castigo. Procurem um canto da casa que seja reservado.
Quando a criança começa a ter comportamentos positivos, sempre elogiar, reforçar o comportamento. Jamais deixar cair no esquecimento. Ela tem que saber que vale a pena ser bom e agir bem.

A meu ver, essa é a fase mais difícil e requer muita paciência e tato para lidar. Mas também, quando elas chegam lá nos 4 anos de idade, uma vez introjetadas todas essas regras e conceitos, tornam-se crianças socialmente ajustadas e felizes.

Aos poucos, vou dando dicas para essa fase.

Boa sorte,

Priscila Zunno Bocchini

3 comentários:

  1. Fico feliz por poder contar com alguém com dicas tão preciosas, bjs e obrigada.

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  2. Muito bom e muito util. Vou começar hoje! Gde abç, Aline

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  3. Puxa, saber que apesar dessas joinhas não terem vindo com Manual de Instrução temos alguém com conhecimento e experiência para nos orientar é um alívio....então, mãos à obra !! Bjs.Obrigada!
    Rosane (mãe da Maria Isabel)

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