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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A ansiedade dos 8 meses

            O oitavo mês de vida é marcado por diversas mudanças biopsicossociais (quando menciono oitavo mês, não significa que não possa ocorrer no sétimo ou no nono, pois devemos sempre ter em mente que cada bebê possui um ritmo particular de desenvolvimento). As mudanças psicossociais ocorrem pois o bebê passa a descobrir que ele é um indivíduo e que existem diversos outros indivíduos com quem ele estabelece, ou não, relações. Esta noção de outro, até então não era percebida pelo bebê, pois desde quando ele nasce o mundo e ele são a mesma coisa na sua percepção. Ao mesmo tempo que não existe um mundo externo para ele, este é totalmente comandado por ele, uma vez que ao sentir fome é alimentado, choro é acolhido, frio é vestido, etc.
A mãe acaba reforçando esta idéia de onipotência, pois este momento de sua vida é marcado por uma grande identificação com seu bebê. É como se, de repente, ela passasse a “falar a mesma língua que ele” e entendesse tudo o que ele quer dizer.
            Gradativa e naturalmente, a mãe começa a “falhar” nas suas tarefas, demorando um pouco mais para dar de mamá, dar banho, etc.  Estas falhas são de extrema importância para que o bebê passe a se perceber como mais um indivíduo no mundo, e que na verdade ele não tem tanto poder sobre ele assim. A partir destas "falhas" a mãe passa a apresentar o mundo para seu filho e, inconscientemente, ensiná-lo muitas coisas. Muitas coisas pois é percebendo que ele precisa chorar para poder ser alimentado, esperar para tomar um banho, etc, que ele vai se diferenciando daquela relação única com a mãe.
            Aos oito meses isto culmina, pois é quando o bebê, tendo passado por todas estas etapas, consegue perceber a sua mãe não mais como prolongamento dele, mas como um objeto. E dependendo de como esta relação se der, isso pode interferir na relação com as demais pessoas que venham a surgir na sua vida.  Neste momento, ele passa a diferenciar a sua mãe da sua avó, do pai e demais pessoas conhecidas e desconhecidas.
            É aí que começa a fase do estranhamento. Vale ressaltar que não é toda criança que estranha as pessoas, pois muito deste estranhamento também está vinculado ao fato da mãe permitir “dividir” o seu bebê com outros. Obviamente que, se a mãe não aceita que ele vá no colo de todos, ele vai se sentir desconfortável em não corresponder às expectativas da mãe.
            Dentre as aquisições motoras comuns do oitavo mês, estão: sentar, rolar, alcançar o que quer, rir, explorar o ambiente, engatinhar. Diante de tantas mudanças, começam a surgir as alterações de sono, que fazem a criança acordar aos prantos no meio da noite. Este tipo de comportamento é bastante comum nesta idade, pois o bebê tem que fazer diversas conexões neuropsicológicas que envolvem a integração corporal. Esta etapa de integração do corpo com a mente é bastante elaborada e, mais uma vez, requer a ajuda da mãe.
O sono se caracteriza por um momento de desintegração e todos nós precisamos destes momentos para “desfragmentar” nosso cérebro. Porém, o bebê ainda não sabe como voltar ao estado integrado e, muitas vezes, entra em crise. Estes berros noturnos não caracterizam terror noturno ou coisa que o valha, pois o bebê ainda é muito pequeno para tal. E sim, um estado de desintegração daquilo que está começando a se integrar. 
            Nestes momentos, cabe à mãe segurá-lo firmemente no colo e dizer algumas palavras familiares para seu bebê. Estes momentos podem se alternar por um certo período ao longo do desenvolvimento, e em momentos de muitas mudanças (psicológicas, sociais, corporais) passíveis de desintegração.
            Assim, podemos ver o papel da mãe neste período crucial do desenvolvimento dos bebês. E por mais que, por vezes, estejamos com sono, irritadas, cansadas, é preciso arrancar forças para poder acolhê-lo e oferecer um ambiente que corresponda às suas necessidades e expectativas.

Priscila Zunno Bocchini

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